Geralmente,
os pais assim que descobrem que um bebê está chegando, costumam idealizar um
modelo de criança: Cor dos olhos, da pele, o tamanho do nariz, com quem ele vai
parecer- Com a mãe? Ou talvez mais parecido com o pai?- Entre outros modelos
para se imaginar. Pensam nos brinquedos também, aqueles que acendem as luzes,
que tocam músicas, tudo para chamar a atenção da criança que está prestes a
chegar.
Quando a criança nasce, às vezes não responde as
expectativas daquela família, mas não tem como afirmar nada. Passa-se alguns
anos, e a família começa a reparar que essa criança não corresponde da forma
que eles esperavam, então se procura um médico ou especialista. Quando enfim,
descobrem o diagnóstico da surdez do filho. A família fica surpresa, pois jamais
esperavam isso acontecer, eles tinham idealizado um filho “PERFEITINHO” sem
nenhuma “Deficiência”. E agora? O que fazer? Comprar aparelhos auditivos?
Enfim... Muitas questões vêm à tona, pois eles acabam perdendo o chão.
Na realidade, esse é um pequeno exemplo do que se
acontece em famílias ouvintes e filhos que nascem surdos. Após um diagnostico
de surdez, eles não sabem como fazer, ficam imaginando como será o futuro dessa
criança, como será que ela aprenderá na escola, se vão ensinar a ler os lábios (oralizar),
ou ensinar os sinais (LIBRAS ), entre outros questionários que aparecem.
O essencial é a família aceitar esse diagnostico, e
simplesmente buscar meios para que essa criança se desenvolva de forma saudável
e viva uma vida normal. Não apenas porque ela é surda, que vão excluí-la,
JAMAIS, mas incluí-la no meio que ela está inserida.
O mais aceitável, seria a proposta bilíngue, pois
assim ela terá a LIBRAS como a principal língua, e a língua do país de origem.
Estimular a LIBRAS é muito importante, para que a criança sinta-se bem. “O
desenvolvimento da língua, deve acontecer de maneira natural e prazerosa”.
(Livro: “Tenho um aluno surdo, e agora?” pág. 19) .
Mas como futuras educadoras, precisamos ajudar essa
criança surda, a se socializar com esse mundo onde a proposta de inclusão está
em lei, mas que muitas vezes não é colocada em prática. Precisamos procurar
incluir essa criança e fazê-la se sentir a vontade no meio que está inserida.
Pode ser que muitas vezes a família não aceite, mas precisamos abrir
oportunidades para ela ser quem realmente é, e criar sua própria identidade.
Devemos mostrar para essa criança o quanto ela pode, como todas as outras
crianças, independente de sua surdez.
“É de suma importância que esses “pré-conceitos”
sejam trocados por outros conceitos não predeterminados que entendam o surdo
como capaz. Para que o surdo possa vir a ser capaz, ele apenas necessita ter
boas condições de desenvolvimento, e para que isso ocorra é necessário haver
condições ideais de construção linguística. São necessárias experiências de
vida permeadas pela linguagem, e a linguagem está presente quando eu sou capaz
de perceber o outro como capaz.” (Livro: “Tenho um aluno surdo, e agora?” pág.
24).
Paloma Santos